23 de novembro de 2013

delicadeza

Delicada, como uma rosa; como a flor cuja encantadora beleza e agradável perfume não a tornam menos frágil. Talvez seja essa mesma fragilidade o que a distingue das restantes, talvez seja ela o que a torna especial.
Contudo, aquele aspeto docemente débil não é compreensível. Ora, sendo a mais bela e perfumada, porque há-de ser tão insegura? Por que motivo uma tão grande necessidade de proteção que justifique os espinhos?
Quem sabe se as flores também se magoam - à sua maneira. Quem sabe se também elas conseguem lançar como afiadas flechas palavras ferozes e olhares escrutinadores à procura de pontos fracos onde acertar. Quem sabe se comentam entre elas a falsa inocência e ternura da rosa.
Mas ela resiste. Resiste às flores que a ferem, resiste a si própria que se culpa por ser como é. Resiste, esperando alguém que não se canse da sua eterna fragilidade, que a envolva e a proteja.

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